Vocês que tem acompanhado os artigos que venho escrevendo, já devem ter observado que a visão que trago sobre o feminino é sustentada no reconhecimento de que o feminino é uma consciência. Em se tratando de uma consciência esta possui fundamentos, que são os valores que a referendam como uma origem a ser sustentada.
O feminino nesta consciência é uma essência gestadora que tem o potencial de gestar (construir) e de parir (manifestar) a existência como um todo. Desta forma o feminino é a “natureza da natureza” que é por mim reconhecida como a origem-mãe. Percebam que desta forma passamos a pensar no feminino como uma força que se manifesta em tudo no todo, dentro e fora de nós e, isto, nos leva a nos aprofundar no sentido de querer entender este feminino muito além de simplesmente um jeito de ser, um corpo de mulher ou apenas o universo feminino.
a “natureza da natureza” que é por mim reconhecida como a origem-mãe
Assim, para que possamos “falar mulher” numa sociedade machista, como ainda são as sociedades em geral, é necessário que as próprias mulheres mudem a visão sobre o que é ser mulher e a partir disto sim, haver uma transformação nos valores que sustentam o universo feminino. Tenho trazido em meus artigos o quanto nós mulheres ainda nos inspiramos no modelo masculino de força e o quanto isto tem contribuído para que as coisas permaneçam do mesmo jeito de sempre.
Muitas vezes falamos sobre a sociedade ser machista, porém nós mulheres não nos damos conta do quanto contribuímos para que isto ainda seja uma forte realidade. Não adianta as mulheres assumirem papéis importantes, serem executivas, gestoras, líderes importantes, independentes financeiramente, se mantiverem internamente os valores que fazem da sociedade uma força contrária contra a própria mulher. Não adianta ser feminina por fora, ter um corpo de mulher, menstruar, engravidar se mantivermos crenças e valores deste modelo masculino de força que nos impulsiona a sustentarmos os valores comuns da sociedade.
É necessário compreender novos valores que tragam uma nova visão sobre o feminino, que nos dê condições de nós mesmas (as mulheres) mudarmos nossas referências sobre o feminino. Lembrem-se de que o feminino é uma consciência cuja potência é gestadora, ou seja, de construção, de gestar a ação (gestação) e sendo assim é necessário desenvolvê-la e para isto é ainda necessário querer compreendê-la para que assim possa haver uma real transformação interna e externa.
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